Se frustrar aos vinte e poucos não é o fim do mundo

Mas parece.

Principalmente porque vivemos em um mundo de grandes celebridades que ganharam a vida muito antes dos 18 anos. Então, chegar próximo à essa realidade – bem irreal para a maior parte da população – é a maior ambição dos jovens de hoje.

Nós, de vinte e tantos, vivemos na chamada geração Y, caracterizada pela pressa em querer tudo para ontem e em conquistar o máximo de sucesso profissional o quanto antes. Mas calma lá. Isso não parece estranho, agora que colocamos no papel?

Vejamos nossos pais, pelo menos os meus. Começaram a trabalhar muito cedo, em qualquer coisa que fosse possível. Demorou anos para construírem seus “impérios” (vamos chamar assim estabilidade financeira, casa própria e condições de criar os filhos).

E agora queremos tudo antes de chegar aos 20. Mas, quando chegamos – e passamos – e vemos que tudo está cada vez mais distante, nos sentimos frustrados e um fracasso total. Parece não haver solução e estamos cada dia mais velhos para conquistar o mundo.

Nossos pais achariam isso um absurdo. Pois ainda temos toda a vida pela frente e, qualquer besteira, pode ser consertada a tempo. Já meti os pés pela mãos várias vezes e agi como se o mundo fosse acabar se eu não fizesse tudo como mandava o figurino: comecei a faculdade aos 17 anos e achei que, com 20, estaria com passe livre para o sucesso profissional e a vida dos meus sonhos.

BULLSHIT!

Cometi vários erros pelo caminho simplesmente por não estar madura para tomar tais decisões. Nem todo mundo nasceu estrela de tv ou jogador de futebol. E isso é normal. NORMAL. Não saber o que fazer da vida depois dos vinte anos também é algo comum, acredite. Não nascemos preparados e não temos sequer um manual de instruções da vida adulta.

Podemos continuar com o velho “tentativa e erro” e sim, ainda temos tempo de consertar as decisões não tão boas. Por exemplo, aos 24 decidi cursar outra faculdade, pois vi que minha primeira decisão não foi o que eu realmente queria. E tudo bem. Amadurecemos com o tempo e com as experiências, e não precisamos ter vergonha disso, afinal, a vida não é uma competição.

Não ganha o primeiro lugar quem conseguir sucesso profissional mais rápido, casar ou viajar o mundo primeiro. Não ganha nada. É a vida, e não uma disputa. Outra característica muito forte da nossa realidade, a propósito: sempre estamos disputando tudo contra todos.

Respire. Relaxe. Desacelere. Não existe fórmula mágica, pronta ou instantânea. Não precisamos ser igual nossos ídolos da tv, principalmente porque nascemos em realidades totalmente diferentes. Se quisermos ser igual a alguém, vejamos nossos pais, que batalharam pelo sucesso igual se constrói uma ponte: aos poucos, mas de forma firme e consistente.

Se frustrar na casa dos vinte e tantos é normal. Quem nunca se decepcionou que atire a primeira pedra! É nessa época que estamos mais maduros e preparados para tomar as decisões mais importantes da nossa vida, então não se martirize se sua vida (ainda) não está do jeito que você imaginava.

Agora é a hora de mudanças concretas, planejamento e metas. Quanto mais sólida nossas decisões, mais certo será nosso futuro. Mãos à obra!