Os piores medos são aqueles que nós mesmos cultivamos. Os
piores demônios são os que alimentamos como um animal de estimação e cuidamos
como um jardim que floresce a cada dia.
Eles estão dentro de nós.
Ao longo dos anos absorvi tudo o que se passava ao meu
redor como uma esponja. Sem me dar conta, bebi cada gota do veneno alheio que
me era desferido. A cada dia uma parte de mim era envenenada. A cada dia, uma
parte de mim se quebrava. Porque eu era incapaz de lidar com o que ocorria.
Incapaz de deixar que as coisas ruins não me atingissem.
Fui criando um medo após o outro. Cada acontecimento me
afetava, ao passo que a bola de neve tornava-se cada vez maior. Claro que as
coisas boas deveriam ser eternizadas em minha mente, mas as coisas ruins
acabavam tendo um peso muito mais forte ao enraizar-se dentro de mim.
Deixei os monstros tomarem conta. Andei ao lado dos meus
demônios. Conheci os ataques de ansiedade, a fobia social, o transtorno
obsessivo compulsivo, o medo das pessoas, o medo de mim mesma. Fui tomada pelas
trevas criadas pelo que eu mesma não conseguia controlar.
Não pude controlar o bullying, a pressão social, o
desprezo, as decepções, o medo. Muito menos o veneno alheio. Porque tudo era
imediatamente absorvido e se tornava parte de mim, prontamente abraçado pelo
meu demônio interior.
Tentei várias formas de exorcizá-lo, pois o veneno só
iria parar de fazer mal a hora que fosse arrancado totalmente de mim, jogando
fora para sempre a esponja que os absorvia e lidando melhor com os
acontecimentos ao meu redor. Cada um reage de uma forma. Cada um sente de uma
forma. Decidi não sentir da pior forma possível.
Na escrita, exorcizo meus demônios. Venço meus medos. Livro-me
de uma vez por todas do meu próprio mal. Há muito que viver. Há muito a quem
amar. Só depende de nós mesmos escolhermos como vamos reagir perante o mundo.
Podemos nos esquivar do mal, podemos fugir de certas pessoas e, principalmente,
podemos esquecer para sempre o que nos corroeu. Enquanto o sol brilhar, ainda
há tempo de nos salvarmos dos nossos monstros.
Livre-se do peso do mundo. Cuspa o veneno. Guarde para
você só o que é bom. Esteja apenas com quem te faz bem. Tenha fé. E, quanto aos
monstros e demônios, mande-os de volta para o inferno.
Você nunca mais sentirá falta deles.
Se você já se sentiu assim, saiba que não está sozinho...
Oi Amanda, tudo bom?
ResponderExcluirNossa, há quanto tempo não posso por aqui, né? Minha rotina anda meio louca e acabei sumindo um pouco :(
Adorei vir ao blog e encontrar um texto tão bacana... Profundo, reflexivo e muito verdadeiro. Parabéns pelas palavras, eu adorei. E super me identifiquei também... Acho que todos acabamos nos tornando reféns dos nossos medos em algum momento da vida.
Beijo grande e boa quarta ♥
>Thati Machado;
http://nemteconto.org
Às vezes, nossa cabecinha é um lugar muito difícil de administrar. Ótimo post!
ResponderExcluirBj e fk c Deus
Nana
http://www.procurandoamigosvirtuais.blogspot.com
Querendo ou não, acabamos, com o tempo, criando alguns monstros. Esses são os piores.
ResponderExcluirExcelente texto.
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