Decidi pegar mais leve comigo mesma e com a vida de uma
forma geral. Tive tempo para pensar, acorrentada em mim mesma e aos meus
pensamentos. A vida não é uma competição, uma disputa, tampouco uma guerra. Não
precisamos ser melhores do que ninguém, muito menos provar nada a ninguém. E,
para ser o melhor de nós mesmos, talvez devêssemos abrir mão das nossas próprias
exigências.
Em qual parte do caminho passei a ser tão rígida comigo
mesma? Ganhar é importante, mas, às vezes, podemos apenas estar na disputa.
Longe de mim desencorajar alguém, até porque todos temos objetivos a cumprir.
Refiro-me a olhar a vida com mais serenidade, afinal, as últimas cenas que
recordaremos quando nosso tempo se extinguir desse mundo serão as que valeram à
pena. As que nos fizeram sorrir e agradecer por estarmos vivos.
Devemos batalhar para colher nossos frutos de forma
justa. Mas, às vezes, a alma leve compensa mais do que uma disputa acirrada com
quem quer que seja. Nem sempre as horas extras compensam a companhia perdida
dos filhos, aquela visita aos amigos, o jantar em família. As horas passam
rápido e, quando percebemos, já perdemos metade do nosso dia, metade das nossas
vidas. Podemos usar o tempo de forma sábia, a nosso favor e não contra.
Sabermos onde estamos e aonde queremos chegar, sem deixarmos de viver no
caminho até lá. Nossas lembranças talvez sejam a única posse que realmente teremos,
para sempre. E não os bens materiais, o status, a popularidade ou a opinião dos
demais.