Era
noite de quarta-feira quando a terceira borboleta entrou no meu quarto. As duas
que entraram anteriormente estavam mortas. Não matei, ninguém tampouco matou.
Simplesmente não conseguiram sair do meu quarto e acabaram morrendo. Claro que
elas não deveriam saber que sair não seria tão fácil quanto entrar, mas mesmo
mantendo a porta aberta, duas borboletas morreram. Será que não puderam sair?
Simplesmente não quiseram sair? Ou apenas não saíram a tempo, visto que mantive
a porta aberta o tempo todo?
Por
ora, me sinto como essas borboletas. Presa em uma realidade da qual não consigo
sair. Não sei se por comodidade, falta de oportunidade ou, bem lá no fundo, por
não saber. Sinto, de repente, que as coisas nunca vão mudar. Porque elas não
podem mudar. Estão fixas, enraizadas, donas de uma realidade própria.
Com
meu livre arbítrio, imaginei poder escolher o que queria para mim. Escolhi uma
profissão, um estilo, um hobby e uma vida. Mas não pude seguir com todas minhas
escolhas, pois continuo presa na mesma caixa. No mesmo cemitério de borboletas.
Mudei a mim mesma, foi pouco. Mudar a realidade? Muito mais complexo.
Olá Amanda
ResponderExcluirQue texto lindo. Acabamos nos prendendo em várias coisas, mesmo que inconscientemente. Sair de nossas caixas é complicado, mas de forma alguma é impossível.
Um grande beijo. Abra suas asas e voe
Vidas em Preto e Branco
Às vezes a realidade é como uma prisão, e, realmente, mesmo com uma porta aberta é difícil sair. Talvez tivesse sido uma escolha das borboletas ficarem, talvez a porta estivesse bem ali na frente delas e elas não viram porque só conseguiam perceber as quatro paredes. No entanto, enquanto a porta estiver aberta, há esperança :)
ResponderExcluirGostei do seu texto, muito verdadeiro :)
ResponderExcluirE não perca o SORTEIO do livro que armazém do chef está realizando
http://armazemdochef.blogspot.com.br/2015/02/livro-selecao-brasileira-de-gastronomia.html
oi mand, que texto lindooo igual a quem escreve <3 profundo, sincero, realista
ResponderExcluirmand me visite tambem:
gilvaniaevans.com