Metades da vida

Eu escolhi a metade cheia.

E talvez isso tenha mudado minha vida.

Eu sempre soube que o pensamento positivo realmente atrai coisas para nossas vidas, mas nunca fui boa em colocar isso em prática, ficava mais bonito na teoria certamente. Confesso que sempre foi mais cômodo fechar as persianas do quarto e reclamar aos quatro cantos sobre o que estava errado. Não que eu não tomasse atitudes para mudar isso, mas falhava em realmente acreditar que um dia as coisas mudariam. Acreditar de verdade exige uma fé que deve vir do âmago, do fundo da alma, tem que ser de uma sinceridade extrema. E isso não é fácil de alcançar.

Mas acontece que em uma das contrariedades da vida, encontrei um antigo livro do ensino médio que contava a história de duas xícaras: as duas possuíam apenas metade de seu conteúdo preenchido, mas dependia de quem olhava julgar se estava metade cheia ou metade vazia. E, realmente não sei por que, reli esse texto com outros olhos. Realmente acreditei que minha vida necessitava de um olhar diferente. Eu estava vendo ela da forma errada, estava me apegando ao que faltava ao invés de me agarrar a tudo que eu tinha.

Resolvi mudar e acho que nesse momento, preguei uma peça na vida. Não sei se ela realmente havia reservado algumas conquistas para mim, só sei que em questão de poucos dias vi algumas oportunidades surgirem na minha frente. Compreendi que não me faltava atitude ou força de vontade, faltava uma pitada de confiança em mim mesma, no futuro e na vida. Ou chamaria isso de fé? Cada um pode chamar de um jeito, mas acho que no fundo o significado é o mesmo.

Nem todo acaso é por acaso. No dia que assumi que minha metade estava cheia, a parte vazia foi preenchida. E não importa o que aconteça ou o que digam, posso ainda não ter alcançado todos os meus objetivos, mas com certeza hoje estou mais perto do que ontem. E nunca mais quero pensar de outra forma.