Foi numa terça-feira ensolarada que recebi a
sua visita. Tão pequenina a joaninha que pousou em minha mão. De forma tão
natural, me pareceu que ela havia esperado o dia todo justamente para me
encontrar ali, sentada no estreito banco de madeira em frente ao lago calmo do
Parque dos Macaquinhos, a quilômetros de distância da minha cidade natal.
Com a palma da mão estendida, observei a
delicadeza da pequena criaturinha, que parecia me encarar de volta com seus
diminutos olhos. Seu corpo era de um tom laranja avermelhado, assemelhando-se
ao por do sol nas noites serenas de outono.
Suas pintinhas pretas me lembravam os pingos dos is que eu costumava
escrever quando era mais nova, em formato de bolinha ao invés de pingos. A joaninha
era repleta de bolinhas, de tamanhos e formatos irregulares, exatamente como a
escrita de uma criança.